A Petrobras está estudando a possibilidade de investir na indústria petrolífera da Venezuela, que enfrenta uma grave crise econômica e política. A empresa brasileira, que já teve uma parceria com a estatal venezuelana PDVSA, vê oportunidades de negócios no país vizinho, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo.
Segundo o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a empresa está em contato com autoridades venezuelanas para avaliar as condições de segurança jurídica, operacional e ambiental para uma eventual participação em projetos de exploração e produção de petróleo na Venezuela. Ele afirmou que a Petrobras tem interesse em contribuir para o desenvolvimento do setor energético da região e para a integração sul-americana.
A Petrobras já teve uma presença significativa na Venezuela, onde participou de vários projetos de extração de petróleo pesado na Faixa do Orinoco, uma das áreas mais ricas em hidrocarbonetos do planeta. No entanto, a empresa saiu do país em 2016, após enfrentar dificuldades para receber os pagamentos da PDVSA e para repatriar os recursos obtidos com a venda do petróleo.
A situação da Venezuela se agravou nos últimos anos, com o aprofundamento da crise política, social e humanitária, que levou milhões de venezuelanos a deixarem o país. Além disso, a indústria petrolífera venezuelana sofreu com a queda dos preços do petróleo, as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e a falta de investimentos e manutenção das instalações.
Apesar dos desafios, a Petrobras vê potencial para recuperar a produção de petróleo na Venezuela, que caiu de cerca de 3 milhões de barris por dia em 2014 para menos de 500 mil barris por dia em 2020. A empresa brasileira também espera aproveitar a sua experiência em operar em águas profundas e em refinar petróleo pesado para oferecer soluções tecnológicas e logísticas para a Venezuela.
A iniciativa da Petrobras pode representar uma oportunidade de aproximação entre os governos do Brasil e da Venezuela, que estão rompidos desde 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. O presidente Nicolás Maduro, que conta com o apoio da Rússia, da China e de Cuba, acusa Bolsonaro de interferir nos assuntos internos da Venezuela e de apoiar um golpe contra o seu governo.
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